Duff Mckagan

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SCOTT WEILAND: ‘TALVEZ EU E O VELVET REVOLVER AINDA FAÇAMOS ALGUNS SHOWS’



Como vocalista tanto do Stone Temple Pilots como do Velvet Revolver, Scott Weiland teve dois enormes picos em sua carreira separados por quase uma década. Mas seus feitos musicais foram por vezes ofuscados por sua vocação alternativa como drogadito profissional, um estilo de vida que eventualmente o colocou na cadeia depois de várias prisões. Agora limpo e reunido com o STP, ele diversificou suas atividades para a moda (com sua grife de roupas English Laundry), arte (ele planeja expor suas pinturas), e livros, na forma de sua franca autobiografia, Not Dead And Not For Sale.
Há alguma interpretação errada da sua pessoa?
Sim, provavelmente por causa de toda a atenção da mídia que eu recebi nos anos 90 com as drogas. No próximo dia 5 de dezembro completarei cinco anos limpo da heroína.. é como Keith Richards: as pessoas ainda parecem pensar que ele é esse cara que ainda é viciado. Então no livro eu disse, isso é como tudo aconteceu, é assim que tudo começou e porque começou, e foi assim que superei isso.
Seu irmão mais novo morreu de causas relacionadas a drogas.
Achávamos que fosse uma overdose, mas foi uma cardiomiopatia (doença muscular do coração) devido a anos de abuso de substâncias. Ele morreu dormindo e muito jovem. Há uma parte de mim que ainda está de luto por ele todo dia. Ele e eu éramos tão próximos. Perder uma pessoa que é seu irmão e seu melhor amigo – éramos parceiros criativos também... foi além de qualquer coisa...você nunca supera isso de fato.
Em seu livro, você menciona ter sido estuprado por um aluno veterano no ensino médio.
Eu sempre fui uma pessoa muito focada, e eu olho pra isso, tipo, toda vez que você cambaleia e cai, você tem que se erguer de novo, e toda vez que você o fizer, terá uma espécie de credo de que você não tem que desistir. Apenas pegue uma experiência tuim e a transforme em algo positivo. Pegue uma experiência ruim e a transforme em algo ainda melhor. Essa é minha filosofia.
Essa abordagem também lhe ajudou com sua experiência na prisão?
Com certeza. Eu estava nessa parte onde todo mundo era viciado em drogas, então tínhamos encontros de grupos de apoio todo dia e fazíamos muito trabalho. Não era agradável estar na prisão de modo algum. Eu não acho que o encarceramento de pessoas que sejam apenas usuárias seja necessariamente o caminho certo pra se seguir. Mas naquela época havia um programa dentro do sistema que me permitia lidar com as questões.
Do que você tem mais orgulho?
Meus filhos. Eles são o que me mantém por cima quando eu me sinto por baixo. Ver a luz nos olhos deles e aquele tipo de amor incondicional é até mais importante do que a minha música. Eles me mantém funcionando, com certeza.
Você acredita que haja uma força superior?
Ah sim, eu acredito em Deus. Quando eu era moleque eu ia à igreja todo domingo. Eu me lembro disso com carinho. Eu tive muita sorte naquela igreja em que congregava, igreja católica, era progressiva e não baseada em dogma. Eu não vou à igreja regularmente, mas quando eu vou me traz de volta uma sensação de reencontrar-se com o que você acredita.
Como você vê o Grunge hoje em dia?
Aquele foi um tempo mágico para a música e para a arte e para mudança social. Não houve um movimento tão forte no rock n’ roll desde então – apesar do (STP) nunca ter se considerado uma banda grunge. Mas foi um tempo de verdadeiro iluminismo e muita esperança.
E quanto ao Velvet Revolver?
Aquilo foi um tempo mágico também. Aquilo foi justo quando eu estava me livrando da heroína e aqueles caras estavam todos sóbrios e limpos, e eu tinha uma afinidade muito especial porque todos nós tínhamos vivido as mesmas coisas. A sensação era de éramos nós contra o mundo: “Vamos apenas tocar puro rock n’ roll.” E eu acho que fizemos um excelente trabalho. Era uma excelente banda pra se ver ao vivo, e eu acho que fizemos dois álbuns muito bons.
Você os convidaria para jantar?
Ah sim. Nós nos entendemos e nos damos bem. Eu os vejo de vez em quando, nós escrevemos um ao outro. E você sabe, você nunca pode dizer nunca. Quem sabe, talvez façamos alguns shows algum dia.

Retirado de: Whiplash