Duff Mckagan

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Duff McKagan: um Homem e um Mito - A Trajetória do Músico!


O homem que atuou como peça fundamental em uma banda de calibre imenso como o GUNS N’ ROSES. Um dos lideres do supergrupo denominado VELVET REVOLVER e ainda dono de uma carreira solo a frente do LOADED.
Não é nada difícil escrever sobre alguém que definitivamente nós conhecemos sem conhecer. Falar um pouco da história do homem por de trás de seu contrabaixo, parece difícil, não para mim, quando o assunto é um dos heróis da música moderna e possivelmente o cara que por si só foi seu próprio herói, por mudar de vida, mudar seu curso e mudar sua história, eu falo de Michael Andrew McKagan, nascido em 05 de fevereiro de 1964, mais conhecido pelo nome de DUFF McKAGAN. Sim, o homem que entrou para o GUNS N’ ROSES após um anuncio de “procura-se músico” no jornal local, um traçado intimo da mistura do punk rock com o estouro colorido do hard rock dos anos oitenta. E em uma mesa de bar qualquer, adentra aquele que faria parte de uma das maiores bandas da história do rock n’ roll mundial!

DUFF entrou para o GUNS N’ ROSES e viu aquela banda explodir com o seu vindouro álbum de estreia, APPETITE FOR DESTRUCTION de 1987, e depois implodir com a saída de seus membros originais, e base para a química da banda. Sendo ele a peça chave da trinca de ouro da trupe, que mantinha o excêntrico vocalista AXL ROSE aliado ao virtuoso guitarrista SLASH, formando uma dupla quase perfeita. DUFF quase nada pode fazer quando o sucesso tomou as rédeas do grupo em 1988 e dando o estopim para as brigas e desentendimentos em 1993 até meados de 1996. Confrontos internos dos bastidores deixaram o homem natural de Seattle a mercê do colapso da banda, e para poder lidar com tudo isso DUFF abusou das drogas e de mais alguns milhares de litros de cerveja.
A bebedeira dos membros da banda, principalmente entre DUFF e SLASH, era tão estrondosa que em certo dia DUFF recebeu uma ligação, um homem queria usar o nome dele para colocar em uma cerveja de um desenho animado qualquer, e na época DUFF achou aquilo uma boa ideia e não se importou muito ao dizer sim. Meses depois, em todo o canto do globo enquanto fazia turnês, lá estavam as Cervejas Duff, ou como Homer Simpson & Cia adoram dizer, DUFF BEER. A cerveja do aclamado desenho leva este nome, pois DUFF McKAGAN era o beberrão da época, e um troféu de tanque cheio que ele quer deixar no passado.

A fama do GUNS N’ ROSES lhe trouxe dinheiro, luxo e tudo aquilo que um rockstar merece, e como prêmio pela sua vivencia em sexo, drogas e rock n’ roll, DUFF podia escolher o luxuoso carro que teria em sua garagem, diferente dos 127 que ele diz ter roubado para sobreviver em tempos de outrora, diferente também das vendas de entorpecentes ou então das longas noites com groupies. Em meio à turbulenta década dentro do GUNS N’ ROSES, DUFF lançou em 1993 o seu álbum solo, intitulado BELIEVE IN ME, com participações de SLASH, SEBASTIAN BACH, LENNY KRAVITZ, JEFF BECK, MATT SORUM e mais membros do SKID ROW. Ainda no GUNS N’ ROSES, DUFF viu nascer mais dois clássicos do rock n’ roll: Os USE YOUR ILLUSION I & II em 1991, e o álbum de covers, SPAGHETTI INCIDENT de 1993. Depois do GUNS N’ ROSES ter alcançado o ápice do mais alto lugar que uma banda de rock n’ roll poderia chegar, sua saída oficial aconteceu em 1997, deixando para trás uma banda que para ele, não lhe fazia mais bem. Havia acabado a parte divertida de estar em uma banda.
O alto preço cobrado pelo abuso de álcool veio em meio ao sucesso, pressões externas e drogas, fazendo DUFF passar por uma cirurgia de emergência, pois seu pâncreas de fato quase explodiu. De maneira praticamente que forçada DUFF se afastou do álcool, pois uma gota do liquido que ele tanto apreciou nos anos 80 e 90, poderia lhe levar ao óbito. DUFF viu de perto a luta de sua mãe contra o mal de Parkinson, e foi ali que ele decidiu que devia mesmo ficar perto dela ate os últimos momentos, e foram coisas que ela disse e vendo que ele mesmo ainda não havia aprendido o valor da vida, quando sua mãe faleceu, DUFF decidiu de fato mudar. Ele acabou deixando de lado as drogas e o álcool, e depois de dois casamentos infelizes, foi a vez da sua terceira esposa colocar tudo nos eixos e ainda por cima lhe gerar duas lindas filhas.
DUFF até teve uma ponta como ator, fazendo um papel de um estranho vampiro moribundo. Para um fã de música como ele, discípulo de RAMONES, MISFITS e SEX PISTOLS, DUFF não poderia ficar fora do tom por muito tempo e assim participou de mais “bandas de estrelas”, as chamadas supergrupo, mas firmou algum passo perceptivo no VELVET REVOLVER a partir de 2002, voltando a tocar com os também ex-gunners SLASH e MATT SORUM, além do vocalista do STONE TEMPLE PILOTS, SCOTT WEILAND e do guitarrista base DAVE KUSHNER. Ao lado dessa trupe, DUFF lançou ótimos dois álbuns, “CONTRABAND 2004” e “LIBERTAD 2007”. E foi nessa época e em shows ao vivo, que DUFF não lembrava em nada o homem de aparência acabada de 1993. Não parecia em nada com aquele ser de abdômen inchado, bêbado e desorientado. DUFF era um homem de meia idade, que cuidava da saúde, malhava e ainda por cima esbanjava boa forma física e musical, definitivamente outro homem... Após a saída do vocalista, o VELVET REVOLVER ficou em um indefinido hiato, se estendendo ate os dias de hoje. SLASH seguiu seu caminho com seus discos solo e DUFF não ficou parado: Alem de ser um homem de negócios, ele é colunista de um renomado jornal de Seattle e ainda por cima tem sua própria banda, a LOADED, que ate passou pelo Brasil em 2011. A LOADED tem como empresário um sujeito conhecido da cena musical, SNAKE SABO, amigo de DUFF e guitarrista do SKID ROW. DUFF segue fazendo shows pelo mundo, divulgando seu trabalho e fazendo o que ele nasceu para fazer: Música.

Por ironia do destino e pelo mágico giro do globo, DUFF acabou no mesmo hotel que seu ex-colega de banda, AXL ROSE, e assim depois de 17 anos estavam juntos em um mesmo palco, para tocar algumas canções. DUFF chegou ao lugar mais alto e desejado por quase todos os músicos, mas foi lá de cima que ele percebeu que se não mudasse seu caminho, o tombo seria alto e possivelmente ele não estaria de pé nos dias de hoje. Depois de passar por mais de 30 bandas, ter visitado quase todos os países do mundo em turnês, ter no currículo dezenas de canções e fazer história na música, ele simplesmente pisou nos freios, largou as drogas e o álcool e se dedicou em ser um bom pai de família. Respeitado por quase todos os músicos da cena mundial, tecendo sempre bons elogios e positividade em tudo aquilo que escreve e faz, passando mensagens de apoio a drogados, ex-drogados, pessoas com depressão e algum tipo de fobia, o tempo todo ele usa suas canções e o que escreve para dar um ar de esperança em tudo, e nunca um ponto final. DUFF se firmou como um músico, sabendo que é um ídolo para uma geração inteira, mas no fim das contas, ficando longe das drogas, do álcool e possivelmente da morte, ele se tornou um homem integro, que deve ser respeitado, lançou um livro (It's So Easy And Other Lies) e ainda tem muita lenha para queimar. Possivelmente DUFF representa em sua história o que é ser e viver como um astro do rock, mas de fato o que ele passou em sua história é como ser e viver como um homem respeitado. Aquele que lê jornal pelas manhãs, toma café com as crianças e ainda as busca na escola. E suas filhas também sentem vergonha às vezes de ver seu pai por perto, mesmo ele sendo DUFF McKAGAN, mostrando que por de trás da figura do mito, ainda respira um simples homem, que sobe no palco e sai dele, com um único objetivo: Música.


Fonte: Whiplash