Confira abaixo a entrevista de Slash à revista inglesa Metal Hammer.
Como você se vê, inglês ou estadunidense?
Eu
ainda tenho uma coisa britânica muito forte, então se alguém me
perguntasse, eu diria que sou britânico. Mas ao mesmo tempo, você não
pode negar o fato de que eu fui criado nos EUA, então é meio que uma
área cinzenta.
Qual foi a coisa mais estranha que um fã já lhe deu?
Chatos nos pentelhos! Ha ha ha ha!
O que você fez com seu primeiro grande cheque de royalties?
Eu
tinha trocado ele em travellers’ cheques porque eu estava enrolado com o
imposto de renda na época e todos meus bens seriam penhorados. E foi
tudo pra dentro do meu braço! Ha ha ha! Você me entende…
Qual foi sua compra compulsiva mais ridícula?
Nada
louco demais. A primeira compra por compulsão memorável que foi
ridiculamente cara foi uma reedição do Porsche Speedster em 1989. Foi
exorbitante. Aquele foi o primeiro ano no qual comprei um carro. Foi o
terceiro carro que comprei e só andei uns 50 mil km nele.
Qual a primeira coisa que você pensou quando ouviu ‘Chinese Democracy’?
A
primeira vez que ouvi Chinese Democracy… eu achei que era o disco de
Axl que eu sabia que ele queria fazer muito antes de eu sair. Então eu
achei que era o disco perfeito de uma declaração de Axl Rose, coisa do
tipo. Se tivesse sido lançado como o disco solo de Axl Rose, todo mundo
teria pensado, ‘Wow’. Tenho certeza que se discutiu dentre a equipe dele
como ele continuaria a carreira depois que a banda original se
dissolveu, sabe o que eu digo? Mas ele escolheu ir pelo caminho que ele
foi. Cada qual, cada um.
Você já teve inveja de vocalistas?
Não!
Isso é algo que se você vai estar em uma banda com um frontman, você
quer que eles sejam aquela pessoa. É isso que eles devem ser. Então você
está desperdiçando seu tempo se você começar a se preocupar com o tanto
de atenção que eles recebem. Eu já vi esse tipo de conflito em bandas
antes e é meio ridículo pra mim porque é por isso que eles estão lá. É o
papel deles.
Por que os guitarristas ficam com as melhores mulheres?
É
uma pergunta difícil, eu nunca pensei nisso sob nenhuma perspectiva.
Mas por experiência própria eu sempre pareço pegar as mais legais e
interessantes, as que são mais divertidas. Mas não sei o porquê.
Você já deu uma carteirada do tipo, ‘Mas você não sabe quem eu sou?!’
Não, não! Essa é uma coisa muito arrogante de se dizer então não é algo que você jamais me veria fazendo, com certeza não.
Qual foi sua primeira impressão de Myles?
Eu
achei que ele era uma cara extremamente agradável, despretensioso e uma
porra dum baita talento vocal. É muito difícil achar um frontman que
seja não só talentoso, mas que se encaixe de pronto, e que seja um cara
tão legal, entende? Então definitivamente houve uma sensação de que,
após anos e anos e todo tipo de caos [com vocalistas], eu realmente
comecei a achar que fosse a regra. Então quando Myles e eu começamos a
trabalhar juntos, eu meio que o via como um enviado de deus.
Quando você fundou o Guns N’ Roses, que tipo de banda você achava que ela seria?
Eu
achava que seria uma banda de hard rock cult, underground, que teria
certo número de seguidores e que ficaria nesse patamar indefinidamente.
Eu com certeza nunca presumi que ficaria tão grande como ficou. Quando
eu saí do Guns N’ Roses, eu realmente não pensava sobre que tipo de
banda ela seria hoje em dia. Eu simplesmente deixei tudo no meu passado.
Eu não senti que seria o fim da banda. Essencialmente, eu não saí da
banda necessariamente, se é que você me entende. Eu só não continuei
nela. Há uma diferença.